ALMADA»» Clube Lisnave fechou as portas

Movimento associativo do concelho ficou mais pobre

Clube encerra instalações por dificuldades de ordem económica

O movimento associativo, e em especial a natação, do concelho de Almada ficaram mais pobres com o encerramento das instalações do Clube Lisnave, na Margueira, em Cacilhas, que aconteceu dois anos depois de ter acabado também a natação desportiva na Academia Almadense.

Fechou assim mais uma instituição desportiva que no decorrer dos últimos 40 anos muito contribuiu para o engrandecimento e desenvolvimento desportivo da Margem Sul do Tejo. Muitas foram as centenas de jovens e adultos que por lá passaram na prática de diversas modalidades desportivas como foi o caso do Aikido, Basquetebol, Hóquei em Patins,Tiro ao Alvo, Yoga e natação com aulas para bebés, hidroginástica, manutenção, pólo aquático e competição desportiva.

Os técnicos responsáveis foram os grandes sofredores com a tomada de decisão da direcção do clube - que terminou a época passada em alta, com um conjunto de jovens promissores a terem um excelente comportamento nos últimos campeonatos nacionais, que se disputaram em Famalicão - porque viram o seu trabalho desenvolvido no cais da piscina ao longo de muitos anos, ir por água abaixo.

A propósito recorda-se que o Clube Lisnave (que tem as suas instalações junto ao antigo estaleiro) foi inaugurado em 1971, na altura não para utilização dos trabalhadores mas sim para os tripulantes dos navios que ali docavam. Com efeito, foi apenas depois do 25 de Abril de 1974 que os trabalhadores e seus familiares começaram a utilizar as instalações que se destinavam ao ensino da natação, uma vez que funcionava somente no período do Verão. Um grupo de dirigentes com o apoio do então presidente da Câmara Municipal de Almada, José Martins Vieira, ex-trabalhador da Lisnave, conseguiu um subsídio para as beneficiações que consistiam no prolongamento do cais da piscina, aquecimento e estrutura, melhoramentos esses que contribuíram de certa forma para desafogar a situação económica e financeira do clube.

O nosso jornal tentou obter mais informações junto dos responsáveis do clube mas as tentativas foram infrutíferas porque as instalações estavam encerradas e no portão apenas estava um cartaz informativo com os seguintes dizeres: “Devido a dificuldades financeiras e à inexistência de apoios para as superar, o Clube Lisnave viu-se obrigado a encerrar as suas instalações a partir de 1/09/2013. A direcção lamenta mas a gravidade da situação e a falta de resposta a possíveis soluções não deixam outra alternativa”.

Entretanto, o nosso jornal conseguiu apurar que existe um grupo de pessoas que se está a movimentar junto dos responsáveis pela área de desporto da Câmara Municipal de Almada para encontrarem uma solução para que os cerca de 300 jovens.


Assunto foi levado à Assembleia Municipal

O nosso jornal sabe também que o assunto foi levado à última sessão da Assembleia Municipal que debateu o processo dos 40 nadadores de competição tendo sido encontrada uma solução provisória que passa pela utilização gratuita, até ao final de 2013, de um espaço diário no Complexo Municipal dos Desportos Cidade de Almada, no Feijó. Convém, entretanto, dizer que esta solução não resolve totalmente o problema porque em Janeiro quando começarem as provas de alto rendimento (campeonatos regionais e nacionais), ficam sem espaço para treinar.

Mais benévola neste aspecto tem sido a autarquia do Seixal que cede as suas instalações a instituições que não possuem complexos desportivos mas têm equipas de alto gabarito nacional e internacional como é o caso do Clube de Campismo Luz e Vida, Associação Naval Amorense e Associação Náutica do Seixal. Será que Almada não poderá ceder também as suas instalações mesmo pagando uma pequena taxa de utilização.

JOSÉ FREITAS