C. PIEDADE»» Garantir a manutenção é o grande objectivo

“Um clube com esta organização e
estas condições não pode voltar ao distrital”

Sérgio Bóris, treinador da equipa

A afirmação é do treinador Sérgio Bóris que chama também a atenção dos seus jogadores para as dificuldades que vão sentir ao longo da temporada. “Sabemos que estamos um pouco atrás dos outros em termos orçamentais mas os orçamentos não ganham jogos. Vamos tentar provar isso ao longo da época mas para tal teremos que andar sempre com os pés bem assentes no chão”, alerta também o técnico piedense.


Na Cova da Piedade reina o optimismo em relação à sua equipa de futebol que vai participar no Campeonato Nacional de Seniores. Com um plantel constituído à base dos jogadores que na época passada se sagraram campeões distritais, aos quais se juntaram alguns reforços, o grupo tem vindo a trabalhar de forma bastante positiva e as perspectivas são boas para a campanha que se aproxima. O treinador Sérgio Bóris está optimista mas recusa-se a entrar em euforias porque tem plena consciência de que a missão que tem pela frente não vai ser fácil.
Depois da conquista da Taça Inter-Distrital a equipa vai agora preparar o jogo de estreia no campeonato que se realiza em Lagos. Jogar com o pensamento na vitória é o que promete o treinador dos piedenses que acredita plenamente no empenho e dedicação dos seus jogadores.

“É sempre melhor entrar a ganhar”

No primeiro jogo oficial o primeiro troféu conquistado. Está a começar bem a época para o C. Piedade!
Sim, é verdade. Embora não tivéssemos este troféu como prioridade, é sempre melhor entrar a ganhar que a perder. Penso que foi uma vitória que só peca por ter sido definida apenas nos penaltis. Na primeira parte fomos indiscutivelmente melhores e poderíamos ter resolvido logo o jogo porque tivemos várias oportunidades de golo. Na segunda parte o jogo foi mais dividido porque o Loures conseguiu ocupar um espaço no campo que nos obrigou a ter mais dificuldades na posse de bola. Resultado, o jogo acabou por ter poucas oportunidades. Depois, nos penaltis fomos mais felizes e acabámos por ganhar.

Esta foi a primeira edição de uma competição que é para continuar em termos futuros. Concorda com a sua realização?
Concordo plenamente. Tudo o que seja competições oficiais são sempre bem vindas a este tipo de clubes porque os jogadores precisam de viver estes momentos. Os mais velhos sentem-se reconfortados por poderem viver uma situação como esta, porque quer se queira ou não, trata-se sempre de uma final e os mãos novos também precisam destes momentos para poderem crescer como jogadores. Uma final é sempre um jogo diferente porque há sempre mais gente e a pressão é diferente. O C. Piedade vai ficar na história da competição porque conquistou a primeira edição.

Jogadores festejam conquista da Taça Inter-Distrital

O campeonato vem por aí já no próximo domingo. A equipa está preparada?
Sim, está. Tivemos um período preparatório em que fizemos o que foi possível e vamos para o primeiro jogo com quatro semanas e meia de trabalho. Na pré-época realizámos alguns jogos contra adversários completamente distintos em que uns nos criaram maiores dificuldades que outros e o saldo é verdadeiramente positivo, tanto em termos de resultados (embora neste momento não seja o mais importante) como em termos exibicionais. A equipa já está num bom momento por isso agora há que dar continuidade ao que temos feito e ir a Lagos com uma perspectiva de vitória. Sabemos que nesta divisão vai ser muito mais complicado ganhar do que naquela em que estávamos o ano passado mas é uma ideia que não nos pode abandonar, em momento algum. Temos que gerir os vários momentos do jogo para que no fim dos 90 minutos possamos trazer algo de positivo. Ou seja, a vitória ou na pior das hipóteses o empate, porque o importante é pontuar sempre que possível.

“Colectivo está forte e unido”

O tal avançado que andavam à procura já está encontrado?
Sim, o Moisés vai ficar connosco. Como não estava inscrito não foi utilizado no jogo com o Loures mas é indiscutivelmente um jogador que nos vai ajudar e trazer mais uma solução. De qualquer modo, é bom que se diga que este grupo de jogadores provou que não depende somente do Moisés ou do Hugo Rosa. O grupo vale pelo seu conjunto e por um colectivo que neste momento está forte e unido. Com o Loures jogou o Jessy e Kiko um miúdo que é sénior de primeiro ano mas que se exibiu a um nível altíssimo comprovando assim que é mais uma opção válida para esta equipa.

Boa disposição reina no balneário

Quer isso dizer que as perspectivas para a nova temporada são boas?
Sim, são realmente boas mas é importante que se diga que vamos ter que andar sempre com os pés bem assentes no chão. Independentemente de termos feito um período preparatório bom, contra equipas que têm ambições diferentes das nossas e orçamentos incomparáveis, demos sempre uma boa resposta. Mas continuo a dizer que é fundamental andar com os pés bem assentes no chão porque o campeonato não vai ser nada fácil. Temos um objectivo que definimos no primeiro dia de trabalho e não vamos abdicar dele. Nós, não jogamos para classificações, jogamos sim para um objectivo e esse objectivo é a manutenção. Se pudermos ficar mais acima não vamos ficar mais abaixo mas como disse o importante é garantir a manutenção porque este clube tem que se habituar a estas rotinas, a jogar finais e habituar-se a jogar em campeonatos nacionais. Um clube com esta organização e com estas condições não pode voltar ao distrital. Sabemos que estamos um pouco atrás dos outros em termos orçamentais mas os orçamentos não ganham jogos. Nós vamos tentar provar isso ao longo da época.