Jogo disputado com muita intensidade
mas decidido com lances polémicos
Num jogo extremamente importante disputado numa tarde de muito calor num pelado muito mau, o Banheirense derrotou o Quinta do Conde, por 2-0, conquistando assim os três pontos da vitória que lhe permitem continuar a sonhar com uma eventual subida de divisão enquanto a ADQC ficou praticamente afastada dessa hipótese.A equipa da casa entrou muito bem na partida e logo aos 2 minutos dispôs de uma clara oportunidade de golo, enviando a bola ao ferro da baliza de Dércio. A ADQC respondeu quase de imediato através de uma transição rápida pelo seu lado direito que culminou com um remate de Rodri que fez a bola passar a escassos milímetros do poste da baliza de Washington. Daí, até ao minuto 43’ o jogo desenrolou-se de forma repartida pelos dois meios-campos sem claras oportunidades de golo para qualquer das equipas sendo de realçar o empenho dos atletas dos dois conjuntos. O minuto 43 viria a ter um protagonista diferente, estamos a falar do árbitro que assinalou um penalti inexistente contra a equipa da ADQC, que seria convertido em golo pela equipa da Baixa da Banheira.
Na segunda parte o facto mais importante continuou a ser a capacidade de luta de ambas as equipas. Apesar da equipa visitante ter jogado com 10 jogadores toda a segunda parte, a diferença não se fez notar. Perto do fim, fruto do cansaço que a equipa da ADQC vinha a demonstrar em virtude do desequilíbrio no número de jogadores em campo, o Banheirense dispôs de duas oportunidades de golo, tendo concretizado uma delas aos 90 minutos que resultaria no seu segundo golo que deixou novamente muitas dúvidas em virtude do mesmo ter sido obtido de cabeça dentro da pequena área sem que fosse aplicada a regra de protecção ao guarda-redes.
Pelo jogo jogado, o empate talvez fosse o resultado mais justo. Mas, acabou por ganhar quem conseguiu marcar.
RICARDO PARDAL, treinador do Banheirense:
“Foi justíssima a vitória do Banheirense”
“Tínhamos como estratégia obrigar a ADQC a jogar um futebol directo, sem lhe darmos espaço para pensar o jogo, e, dessa forma, jogarmos sempre mais perto da baliza do nosso adversário. Entrámos muito fortes e dispusemos de duas boas oportunidades de golo, uma delas ao poste e a ADQC teve um remate com algum perigo na primeira parte. Quanto ao penalti e respectiva expulsão do guarda-redes da ADQC é perfeitamente justa porque depois de ter a bola praticamente controlada atinge o meu jogador de forma voluntária com o pé no peito deixando as marcas bem visíveis com os pitons, a expulsão é inevitável como é óbvio. Na segunda parte, dominámos o jogo com a nossa segurança defensiva habitual, que nos caracteriza, tendo desperdiçado três caríssimas oportunidades de golo, que já merecíamos. Marcámos já nos descontos num lance limpo em que o meu avançado salta mais alto que o guarda-redes adversário que era realmente muito baixo, não cometendo qualquer falta. Portanto, em minha opinião, foi uma vitória justíssima do Banheirense contra uma ADQC que lutou mas que não criou uma oportunidade de golo durante toda a partida. Exemplo disso, é o meu guarda-redes não ter feito qualquer defesa. Em relação às arbitragens só tenho a dizer que não é por culpa própria que não estamos nos lugares de subida, mas sim porque não nos deixaram. O meu agradecimento uma vez mais aos sócios e adeptos do Banheirense pelo apoio à equipa”.
MANUEL PINÉU, treinador da ADQC:
“Estamos cansados de sermos prejudicados”
“Como conhecíamos bem o adversário, tudo em termos de estratégia foi controlado por parte da minha equipa. Entrámos mal nos minutos iniciais e isso permitiu algum ascendente da equipa da casa. Mas, depois, perto dos 15 minutos o jogo estava controlado. Aos 43 minutos vi-me privado do meu guarda-redes com uma expulsão e uma grande penalidade, que resultou em golo. Na segunda parte, fizemos algumas rectificações e apesar de termos ficado só com jogadores, assumimos claramente as despesas do jogo, passámos a jogar com dois homens no meio campo e três na linha da frente, demonstrando muita capacidade de luta. O Banheirense, com uma característica muito própria, soube sofrer e nunca se desorganizou. A minha equipa começou então a revelar algum desgaste e acabou por sofrer o segundo golo já em período de descontos resultando daí um resultado que em nada revela o que se passou dentro do campo. Parabéns aos meus jogadores pela capacidade de luta e entrega que tiveram. Nunca viraram a cara à luta e acreditaram sempre até ao fim que seria sempre possível inverter o resultado. Pela segunda vez esta época vou falar da equipa de arbitragem: 1-0 para o Banheirense, penalti inexistente e expulsão do meu guarda-redes em que foi audível o árbitro principal perguntar ao auxiliar “é amarelo ou vermelho?” resposta do auxiliar “ escolhe tu”. No mesmo lance errou duas vezes. Para além disso, teve dualidade de critérios em relação às duas equipas. Não entendo se uma tentativa de agressão não é considerada agressão e no segundo golo do Banheirense após lançamento de linha lateral o jogador da casa carrega o meu guarda-redes na pequena área e nada é assinalado. Enfim, não arranjo justificações para os maus resultados, mas estamos cansados de sermos muito prejudicados”.
FICHA DE JOGO
Jogo no Campo da Quinta da Carvalheira, na Vinha das Pedras
ÁRBITRO: Pedro Almeida (Almada / Seixal)
BANHEIRENSE: Washington; Gonçalo, Coelho, Hernâni, Euclides; Pires (Colaço, ao intervalo), Cordeiro, Lúcio; Pais, Neto (Celestino, 65’) e Diogo (Tarik, ao intervalo).
TREINADOR: Ricardo Pardal
ADQC: Dércio; Jaime, Samuel, João Monteiro, Ivo; Wilson (João Silva, 56’), Soares (Vasco, 56’) Alberto; Filipe Pinto (Filipe, 43’), Rodri e Nuno Gaio (cap).
TREINADOR: Manuel Pinéu
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: 1-0, Hugo Lúcio (43’) gp; 2-0, João Pais (90’).
Disciplina: Cartão amarelo para João Silva (68’), Rodri (70’), Vasco (90+2’). Cartão vermelho para Dércio (43’)
