Cova da Piedade é o novo Campeão Distrital
Com cinco pontos de avanço sobre o Almada, à partida para a penúltima jornada, a recepção ao Olímpico do Montijo no Estádio Municipal José Martins Vieira, aconteceu em ambiente festivo.
Aos piedenses o empate poderia chegar mas para precaver qualquer eventualidade e desfazer desde logo qualquer dúvida, o ideal seria mesmo ganhar. E foi exactamente com essa intenção que a equipa orientada por Sérgio Bóris entrou em campo. Só que do lado contrário estava também uma equipa que precisava de ganhar para não cair na zona de despromoção.
E então, o que se passou foi uma entrada atrevida da equipa do Montijo que procurou surpreender o adversário praticando um futebol bastante ofensivo e rápido. Nuno Madureira foi posto à prova logo aos dois minutos na sequência de um livre e depois aos sete minutos Carlitos, após boa jogada pela esquerda, o Olímpico voltou a ameaçar. O C. Piedade jogava na expectativa mas sempre com personalidade e aos 11 minutos colou-se em vantagem por intermédio de Tiago Meira que concluiu da melhor maneira uma verdadeira jogada de laboratório produzida na cobrança de um pontapé de canto, para grande satisfação dos adeptos piedenses. O Olímpico procurou responder e tomou a iniciativa do jogo mas numa rápida transição o C.Piedade voltou a adiantar-se no marcador desta vez por Gaspar, também na cobrança de um pontapé de canto. Embalados pela vantagem de dois golos os piedenses passaram então a assumir o comando do jogo e aproximaram-se mais da baliza adversária mas até ao intervalo o resultado manteve-se em 2-0.
Na segunda parte, a primeira ocasião pertenceu ao Olímpico com Carlitos a atirar para as mãos de Madureira mas, depois, seguiram-se duas boas oportunidades para o C. Piedade que não foram aproveitadas por Carlos Carvalho e Jessy. Os piedenses jogavam de forma despreocupada porque, não só estavam em vantagem mas também porque as notícias vinda do Vale da Amoreira, onde jogava o Almada, eram satisfatórias. O Olímpico que havia passado a jogar em contra-ataque acercou-se da grande-área contrária e acaba por ser beneficiado com uma grande penalidade, a punir mão de Pedro Henriques. Na conversão, o capitão, Gil, não perdoou e reduziu para 2-1. Apesar do contratempo, os pupilos de Sérgio Bóris não desanimaram e continuaram a impor o ritmo de jogo com grande serenidade com a consciência de que a festa do título estava próximo. Os técnicos mexeram nas equipas e o Olímpico acabou por ser mais feliz chegando ao empate, aos 88’, por Zé Carlos que conseguiu rematar entre um verdadeiro cacho de jogadores para o fundo da baliza de Madureira, que nada pode fazer. Estava então feito o resultado que acabou por ser suficiente para fazer a festa.Logo após o apito final do árbitro Paulo Barradas, que realizou bom trabalho, a festa que começou no relvado estendeu-se às bancadas e prosseguiu depois no balneário com os banhos da praxe.
A esta festa juntaram-se também os Iniciados do clube que no intervalo do jogo receberam as faixas de campeões distritais.
SÉRGIO BÓRIS, treinador do C. Piedade:
“Nunca tinha apanhado na minha vida um grupo como este”
“Atingimos aquilo que queríamos e que tínhamos definido desde o primeiro dia, ao contrário de outros que utilizaram estratégias diferentes. Nunca nos escondemos. Assumimos sempre os nossos objectivos que era chegar ao final do campeonato em primeiro lugar para colocar o clube onde merece estar. E, fruto do trabalho de um grupo fantástico de jogadores, e de um acompanhamento diário, chegámos ao fim com o objectivo atingido. O mérito é de todos, mas não posso deixar de realçar o grupo de jogadores fantásticos que têm uma enorme qualidade, mas essencialmente um grupo de homens como eu nunca tinha apanhado na minha vida. O campeonato foi difícil, com equipas recheadas de bons jogadores e bem orientadas. Nós fizemos a nossa parte, chegámos ao fim com mais pontos e por isso acho que fomos uns justos vencedores. Espero que com toda a humildade que eu tive em determinadas alturas da época onde conseguimos estar ao nível que eu gostaria e todos os piedenses desejavam, reconheçam agora a nossa superioridade. Em relação ao jogo com o Olímpico, jogámos para ganhar e fizemos uma primeira parte enorme. Na segunda, podíamos ter ampliado por diversas vezes mas não conseguimos. O adversário que também tinha qualidade, com muita felicidade conseguiu chegar ao empate, mas isso em nada nos afectou. O que interessa é a classificação final porque o campeonato é uma prova de regularidade”.
FICHA DO JOGO
Jogo no Estádio Municipal José Martins Vieira, C. Piedade
ÁRBITRO: Paulo Barradas (Núcleo do Pinhal Novo), auxiliado por André Loução e João Martinho
C. PIEDADE: Nuno Madureira; Tralhão, Gaspar, Pedro Henriques, Tiago Meira (Serginho, 85’); Milton, Filipe Rodrigues, Travassos (João Carmo, 65’); Carlos Carvalho (Rui Pereira, 81’), Jessy e Hugo Rosa.
Suplentes não utilizados: João Marreiros, Rube, Catota e Edimir
TREINADOR: Sérgio Bóris
OLÍMPICO DO MONTIJO: Luís (Carlos Miguel, 49’); Sarico, Gil, Fábio, Santana; Danilo, Carlitos (Pelé, 82’), Queijinho (Rui Bento, 82’); Cami, Zé Carlos e Marcos
Suplentes não utilizados: Projecto, Cartaxo e Leo
TREINADOR: Tiago Fatia
Ao intervalo: 2-0
Marcadores: 1-0, Tiago Meira (11’); 2-0, Gaspar (32’); 2-1, Gil (59’) gp; 2-2, Zé Carlos (88’).
Disciplina: cartão amarelo para Gil (42’); Tiago Meira (52’); Pedro Henriques (59’); Sarico (70’) e Fábio (90+3’).
