No Campo dos Pescadores assistiu-se a uma partida disputada por duas equipas com comportamentos bem diferentes. De um lado, uma equipa composta por um verdadeiro conjunto de homens, cheio de vontade de jogar e de vencer, com muita entrega ao jogo, com alma e acima de tudo muita união. E, do outro lado, uma equipa desgarrada, sem ideias, sem agressividade e sem espírito de equipa que deu mostras de vir à Caparica apenas para passear as camisolas.
E, tudo isto ficou ainda mais visível quando os Pescadores ficaram reduzidos a 10 elementos (aos 50m) e posteriormente 9 jogadores (82m).
Vasco da Gama apresentou 4x4x2 muito mal desenhado
Os Pescadores foram sempre superiores, chegaram sempre primeiro aos lances, tiveram sempre mais alma que o adversário, jogaram bem quando podiam e prático quando necessário. Mas, acima de tudo, deram as mãos durante todo o encontro. O Vasco da Gama, que se apresentou num muito mal desenhado 4x4x2, deixou muitos espaços aos homens da Caparica; ou seja, quarteto defensivo muito mal posicionado com os laterais muito subidos e muito abertos e os centrais a jogar muito lado a lado, resultando daí muitos espaços que foram muito bem explorados por aquele que foi sem sombra de dúvida o melhor elemento em campo, Fábio Silva. Com apenas dois homens no miolo e sem agressividade nenhuma no meio campo os vascaínos nunca ganhavam nenhuma bola dividida. A acrescentar a isto a equipa jogava com dois médios ala demasiados abertos que deixavam um enorme espaço para a equipa dos Pescadores que jogavam muito mais condensados no miolo. Na frente o Vasco da Gama apresentava dois homens que procuravam criar alguma intermitência no jogador mais adiantado e até começaram bem mas aos poucos foram perdendo dinâmica porque não eram servidos da forma mais correcta.
Treinador dos Pescadores ganha jogo no meio campo
Os Pescadores, que jogavam ora em 4x3x3 ou 4x2x3x1, estiveram muito bem tacticamente porque apresentavam um quarteto forte, com dois centrais “mandões” que nunca deram hipóteses aos homens do Vasco da Gama; laterais bem compostas, com o lado direito a jogar de forma mais reservada e o lado esquerdo com mais pulmão e força devido à acção de Nuno Mendonça, que subia bem no terreno e fechava muito bem a zona central, quando o jogo se desenrolava do lado contrario; meio campo sempre em superioridade, e é aqui que o técnico dos Pescadores ganha a partida, com 3 médios centro que contavam com a superior ajuda dos alas, que jogavam sempre por dentro, para causar superioridade em relação ao adversário; e, na frente, o endiabrado Fábio Silva, que fez um jogão. Já o estava a fazer até ao minuto 56 quando inaugurou o marcador, mas a partir daí ainda foi muito mais soberbo porque soube sempre explorar a fragilidade defensiva do adversário, procurando jogar sempre entre os centrais e o espaço concedido pelos laterais. Fez dois golos e só não fez hat-trick porque chegou já demasiado cansado a uma bola muito bem metida para a grande área adversária.
O trabalho do árbitro, que foi muito contestado pelas expulsões, teve nota positiva.
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