José Meireles deixou com alguma surpresa o comando técnico da equipa de juniores do Futebol Clube Barreirense. Neste sentido, o DIÁRIO DA REGIÃO foi ao encontro do treinador no sentido de apurar as razões que motivaram o seu afastamento. E lançámos a pergunta. O que é que se passou concretamente? “Só Deus saberá. Eu não sei”. Foi a resposta que obtivemos. “O futebol é fértil em ingratidão e inveja, o que se passou comigo, foi um pouco de cada coisa”, deixou escapar, para de seguida acrescentar: “Fui convidado para vir para o Barreirense na época 2009/10 pelo Aníbal Teixeira e pelo Carlos Fernandes, que era o coordenador do futebol, na altura. Tirando as pessoas responsáveis que acabei de nomear e os directores da minha equipa, eu era considerado um outsider e, como tal, persona non grata para aqueles que aspiravam ao meu lugar. Conseguidos os objectivos, continuei na época seguinte que correu ainda melhor porque consegui levar a equipa à segunda fase do Campeonato Nacional de Juvenis, alcançando, segundo os responsáveis do clube, a sua melhor classificação de sempre. Os vinagretes, mordiam-se, porque não havia argumentos para fazerem com que eu saísse”. Depois na terceira época já à frente da equipa de juniores “foi-me pedido pelo presidente para colocar a equipa ao Nacional. Objectivo que conseguimos, apesar de a equipa ser quase toda de primeiro ano. Perdemos apenas dois jogos ao longo do campeonato e ainda conquistámos a Taça Disciplina. Portanto, foram três épocas cheias de alegrias para as cores do clube conquistadas com o mesmo treinador e praticamente com os mesmos jogadores. Não sei quantos treinadores conseguiram isto, no clube. Eu consegui, os meus jogadores conseguiram e isso ficará para a história, quer queiram ou não. Mas, como os invejosos são resistentes e receberam reforços no início desta época, tentaram desde logo minar o meu trabalho. Com a experiência que tenho, fui ultrapassando a situação até a altura em que começaram a surgir nas redes sociais comentários encomendados. Digo encomendados porque só algumas pessoas é que sabiam de determinados assuntos que começaram a ser discutidos publicamente. E, aqui sim, senti-me na obrigação de responder a alguns que, (não sei porquê) penso, serem, de alguns dirigentes que não gostaram. Pelos resultados, nunca poderia ser afastado porque há 11 meses (23 jogos oficiais) que não perdia”.
“Falta de consenso e pressão”
José Meireles confessou ao nosso jornal que a decisão lhe foi comunicada pelo vice-presidente para o futebol, António Cristina. “Disse-me que prescindiam dos meus serviços porque não havia consenso para a minha continuidade e que não aguentavam a pressão”. Perante o sucedido, o agora ex-treinador do Barreirense, não esconde o seu desagrado. “Saio magoado de um de um clube que aprendi a amar, onde fui muito feliz e, onde, também fiz muita gente feliz com o sucesso desportivo conseguido. Estou há 41 anos ligado ao futebol e já vi muitas coisas. Por isso, embora por um lado esteja triste com o que se passou, por outro lado, também estou feliz por ver a alegria de quem me ama, a tristeza de quem me odeia e a ocupação de quem me inveja. As mensagens que recebi nas redes sociais, no meu telemóvel e correio electrónico, demonstram bem o que acabei de dizer e, isso deixa-me muito feliz. Aproveito para desejar a toda a família barreirense muita saúde e muitos sucessos desportivos”.
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