QUINTA DO CONDE - Lívio Semedo explica o que falhou
“Quem treina apenas com
sete
jogadores não pode subir de divisão”
Lívio Semedo chegou à Quinta do Conde com o objectivo de fazer história. A subida de divisão era a meta delineada pela direcção e na verdade a princípio as coisas até não correram mal de todo. Um dos momentos mais altos da época foi a final da Taça AF Setúbal onde se bateu de igual para igual com o Barreirense mas a partir daí tudo se começou a complicar. Ficou agora a saber-se que um dos factores principais teve a ver com o abandono de jogadores que deixaram o clube mais fraco e órfão de opções. “Quem treina com apenas sete jogadores não pode subir de divisão”, disse o, agora, ex-treinador quintacondense no final do jogo com o Monte de Caparica, numa altura em que ainda nada estava decidido quanto ao seu futuro, embora as perspectivas apontassem para a sua saída devido a algumas divergências.
A equipa foi-se abaixo na segunda fase do campeonato, o que aconteceu?
Melhor do que eu, quem poderia responder a essa pergunta era o director desportivo. Mas, porque nunca fujo às responsabilidades direi que tudo tem a ver com a própria orgânica do clube que não conseguiu investir como fez por exemplo o Almada, na segunda fase da competição. Quando cheguei à Quinta do Conde apanhei um plantel de 27 jogadores, quando iniciámos a segunda fase tínhamos cerca de 16 ou 17 e acabámos com apenas 12 seniores. Isto reflecte bem o que se passou na segunda fase. Não há milagres. Tivemos que recorrer a juniores de uma equipa que ficou em sexto ou sétimo lugar na 2.ª divisão distrital, com muita coisa para aprender. A partir daqui, creio que está tudo dito. Uns reforçaram-se e outros perderam jogadores. Se não tem saído aquela gente toda se calhar a festa que o Monte de Caparica fez poderíamos ser nós a fazê-la.
Ficou desiludido?
Desiludido, não. Fiquei, acima de tudo, triste, por não ter conseguido dar a alegria que o presidente e o director desportivo desejavam. Mas, era complicado liderar um grupo que foi diminuindo treino após treino. Posso dizer que fizemos muitas vezes treinos com apenas sete jogadores. A trabalhar assim, nenhuma equipa consegue subir de divisão. Se calhar, muitas pessoas no meu lugar, tinham abandonado deixando a batata quente nas mãos do presidente e do director desportivo mas eu entendi que era melhor levar o barco até ao fim, mesmo sabendo que ia ser quase impossível subir de divisão. Fiz o meu papel, saio com dignidade e com a noção de que fiz tudo o que era possível fazer.
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