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segunda-feira, 18 de junho de 2012

ARBITRAGEM

Bruno Esteves fala de si 
do NAFAS, de Pedro Proença…

Oiça também a entrevista no JORNAL DE DESPORTO, vá a ENTREVISTAS, barra lateral, lado direito)


O Núcleo de Árbitros de Almada e Seixal assinalou no passado sábado o encerramento das suas actividades com uma festa que culminou com um almoço de confraternização numa unidade de restauração da Sobreda depois da realização de um jogo de futebol entre árbitros solteiros e casados, no Campo António Marques Pequeno, em Corroios. No final do encontro, que terminou com a vitória dos solteiros, conseguida no desempate por grandes penalidades, depois de 4-4 no final do tempo regulamentar, falámos com o guarda-redes dos casados, o árbitro da I Liga, Bruno Esteves, que é também vice-presidente do NAFAS. Na conversa que tivemos, falámos do trabalho realizado no Núcleo, da forma como decorreu a época em termos pessoais, dos seus projectos futuros, da presença de Pedro Proença mo Europeu e da possibilidade dos árbitros estrangeiros poderem vir a apitar em Portugal.

 “Gente jovem faz prever futuro risonho” 

Qual o balanço que se pode fazer de mais um ano de actividade do NAFAS? 
Na parte que diz respeito à formação, um dos objectivos desta direcção era ter muitas pessoas nas sessões porque é ali, na sala de aula, que se aprende a interpretar melhor as leis, gerir emoções, comportamentos e a ser árbitro na íntegra. E, neste sentido conseguimos, porque, este ano, tivemos uma média de assiduidade de 32 pessoas. Quer isto dizer que estamos bem vivos e em nítido crescimento devido sobretudo ao aparecimento de muita gente jovem que faz prever um futuro risonho. Em termos desportivos, não conseguimos concretizar os três objetivos que tínhamos que consistia em colocar nos quadros federativos, um árbitro, um árbitro assistente e um observador. Ficámos nos primeiros lugares dos últimos; ou seja, logo atrás dos primeiros. Embora não tenha sido uma época famosa podemos dizer que o balanço é positivo.

 Mas ainda assim houve algumas promoções no quadro feminino? 
Sim, tivemos a promoção da Sophia Rosa que fez um excelente teste e uma excelente prova física e para surpresa de todos nós a Mónica Salvador que fez também com sucesso as provas. Portanto, neste momento o NAFAS vai ficar com três equipas femininas no nacional que, segundo creio, é inédito. “Espero ficar entre os 10 primeiros” Em termos pessoais como correu a época? Foi uma época de afirmação, o meu quarto ano na I Liga, onde nos deparamos com um futebol muito exigente e com muito mediatismo. Eu, e a minha equipa, estabelecemos um objectivo ambicioso. Espero que isso se possa reflectir na pauta classificativa porque fizemos uma época positiva.


Embora um ou outro jogo não tenha corrido tão bem como seria desejável? 
Nós, os árbitros, somos como as equipas. Entramos em campo com intenção de não errar e acertar o mais possível. Mas como no futebol há três resultados possíveis, a vitória, o empate e a derrota. Às vezes nós também temos as nossas derrotas e os nossos empates. Assim sendo, tal como acontece com uma equipa de futebol, também temos que aprender com os erros para que no próximo jogo os possamos corrigir e melhorar.

 

“Não acredito que árbitros estrangeiros

venham a apitar em Portugal” 

Ultimamente tem-se falado muito na hipótese de árbitros estrangeiros apitarem em Portugal. O que pensa sobre isto?
 O futebol é acima de tudo um desporto multicultural. Se existe Erasmos escolares porque não existir Erasmos no futebol. Os regulamentos foram aceites em Assembleia Geral e parece-me que isso vai ser permitido, em Portugal. Contudo, nas principais Federações, como é o caso da Espanha, Inglaterra, Alemanha e França, isso não acontece. Muito sinceramente, não estou a ver os nossos principais clubes aceitarem árbitros da Macedónia, Letónia, Qatar ou Cazaquistão para apitar os seus jogos. Nós, temos qualidade. Agora, como somos um país pequeno e a repetição de clubes é inevitável, é natural que haja jogos em que as coisas nem sempre corram tão bem como seria desejável. Por isso, não me admira nada que se fale em árbitros estrangeiros mas não acredito que isso venha a acontecer no nosso país.

 “Proença no Euro só demonstra
 a qualidade do nosso trabalho” 

 Qual a sua opinião sobre a presença de Pedro Proença no Europeu? 
Tal como aconteceu com o Olegário Benquerença no mundial da Africa do Sul, a presença de Pedro Proença no Europeu só demonstra a qualidade do trabalho que os árbitros fazem em Portugal, independentemente de serem uma classe totalmente amadora no meio de muitos profissionais. Nós, empenhamo-nos muito, trabalhamos claramente como profissionais e temos muito valor, daí estarmos dentro das cinco melhores arbitragens europeias e a prova disso foi a chamada do Pedro Proença para a final da Liga dos Campeões e agora para o Euro 2012.

 Até onde pode ir Pedro Proença?
 Tudo depende da nossa selecção. Acredito que possa fazer mais um ou dois jogos. O Pedro pode ir longe. Não digo que chegue à final porque apitou a da Liga dos Campeões mas pode muito bem chegar a uma das meias-finais. Estar numa competição como esta é o ponto mais alto na carreira de um árbitro.

O Bruno Esteves ainda não pode pensar nisso porque não é internacional. Mas, é perfeitamente compreensível que isso esteja nos seus horizontes! 
A arbitragem é como tudo na vida. Como somos ambiciosos queremos atingir sempre os mais altos patamares. Quando entrei para a arbitragem tinha a ambição de chegar à Federação, depois que um dia havia de chegar à Liga e, agora, como já lá estou, é natural que pense em lutar por um lugar a nível internacional. Estou a trabalhar para isso.

 Os árbitros estão ansiosos pela divulgação das classificações relativa à época que agora terminou. Qual o resultado que está à espera? 
Espero resultados positivos para Setúbal. O centro de treinos tem tido uma média de 47 a 50 pessoas a trabalhar com o nosso técnico de arbitragem (António Costa) e o preparador físico (Pedro Cruz) e nota-se que há mais união e mais entrega. As pessoas já começam a perceber que o futebol e a arbitragem não é só chegar ao sábado e ao domingo e meter o apito à boca e segurar na bandeira para fazer jogos.

 E em termos individuais? 
Espero ficar entre os 10 primeiros

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