Lobatos Foot são uma referência a nível nacional
Estágio nos Açores a custo zero
Como é que está a decorrer a preparação dos Lobatos para a edição deste ano da Gothia Cup?
Da forma como havíamos planeado. Como os campeonatos só agora terminaram e nós não queremos entrar em choque ou em litígio com nenhuma das instituições, que os jogadores representam ao longo do ano, esta é a altura ideal para começarmos a nossa preparação, de forma mais intensa. E, nesse sentido, temos já agendada a nossa participação em diversos torneios.
Quais, concretamente?
Nos dias 26 e 27 de Maio, no Torneio de S. Luís, em Faro, juntamente com a equipa anfitriã que subiu este ano ao Nacional de Iniciados, Louletano e Olhanense. No dia 2 de Junho, no torneio aniversário do Sport Abrantes e Benfica. Depois, vamos ter alguns jogos treino com equipas da nossa região, participaremos ainda no Torneio dos Brejos de Azeitão e, por fim, de 22 de Junho a 1 de Julho, iremos realizar um estágio de 10 dias na Ilha de Santa Maria, nos Açores.
Muitos clubes profissionais não conseguem realizar um estágio com essa duração numa região tão aprazível, como os Açores. Daí, a pergunta, como é isto possível para os Lobatos?
Na verdade, esta é uma grande novidade em relação à época anterior. A hipótese surgiu na sequência de uma parceria estabelecida entre mim e a Ilha de Santa Maria onde participei no seminário "Um olhar sobre o desporto mariense - Um exemplo de boas práticas", realizado com grande sucesso no auditório da Biblioteca Municipal de Vila do Porto. No final falámos desta possibilidade, encetámos negociações e passado pouco tempo tudo estava resolvido.
Dignificar o nome da escola e do país
Quer isso dizer que se vão apresentar em pleno na Gothia Cup para defender o segundo lugar conquistado a época passada?
No escalão de Sub 15 vão participar, durante cinco ou seis dias, 240 equipas. Com tanto jogo e tantas equipas a imprevisibilidade é grande. Dependerá muito de quem nos calha na fase inicial, que é a eliminar. De qualquer forma, uma coisa é certa, os Lobatos irão representar condignamente a freguesia de Amora, o concelho do Seixal e naturalmente o nosso país. Temos a experiência acumulada do ano anterior. Não vai ser novidade para nós mas não posso dizer que somos um dos principais candidatos à vitória final. Temos que ser realistas, por muito organizada e por mais profissional que seja, a nossa estrutura não tem comparação com a do São Paulo ou do Cruzeiro. O que queremos é dignificar o nome da nossa escola e do nosso país. O resultado desportivo vem por acréscimo.
Por falar em estrutura, os Lobatos têm também uma estrutura fora do comum tendo em conta que se trata de um clube de escola?
Sim, é um clube de escola com a participação de pais, professores e de uma estrutura de amigos que começou a identificar-se cada vez mais com o projeto. Contamos com o professor João Rodeia, treinador adjunto e técnico de guarda-redes; Paulo Trindade, fisioterapeuta; professor Henrique Melo, preparador físico; professor Luís Marques, nutricionista; a Joana e a Rita, do Instituto Piaget, que elaboram desde o estudo antropométrico dos atletas até ao estudo alimentar; o Vasco Torres, que é o delegado técnico; e o Válter Matos, que é o técnico de equipamentos. São estas as pessoas que acompanham regularmente os Lobatos quer o jogo seja na nossa escola, a nível nacional, nas ilhas ou eventualmente no estrangeiro.
Um projecto desta dimensão tem naturalmente os seus custos. Como é que conseguem desenvolvê-lo?

Quem não tiver aproveitamento não vai
Sendo o pai deste projeto, como é que se sente nesta altura, com a dimensão que ele já atingiu?
Quanto maiores são os projetos maiores são as responsabilidades, principalmente de quem os lidera. Neste momento, somos uma referência do desporto escolar a nível nacional e, como tal, temos que dar o exemplo. Se fomos convidados a ir a Santa Maria é porque as pessoas acreditam em nós e que podemos ajudar no desenvolvimento desportivo da ilha. De qualquer modo, importa salientar que este continua a ser um projeto pedagógico. E, como tal, tanto os encarregados de educação como os alunos, sabem que se não transitarem de ano não vão aos Açores porque em primeiro lugar está a sua formação pessoal, social e académica. Como professor que sou entendo que para a sua estrutura de vida têm que ser bons alunos e ter bom aproveitamento. O estágio dos Açores foi um extra que se conseguiu, a custo zero para todas as famílias, ou seja, é um prémio de mérito, portanto quem não tiver aproveitamento não vai.
E são muitos os casos de insucesso escolar?
Felizmente há muito poucos. Cerca de 80 a 85% do grupo tem notas acima da média mas não escondemos que existem alguns casos que estão perfeitamente identificados. Se conseguirem superar as suas dificuldades, o projeto dos Lobatos torna-se ainda mais rico porque contribui como motivação extra para os estudos.
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